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A Saga da Água de Coco



Esse é um texto sobre uma tripulante de navio em busca de água de coco, se você não está com paciência pra textão, pula lá pro último parágrafo pra ler a moral da história!

Eu percebi que, depois de 5 anos morando fora do Brasil, meus gostos andam ficando mais esquisitos! Mas não que isso seja ruim, é apenas complicado quando você acaba invocando com alguma coisa e não consegue tirar isso da cabeça! Nesses últimos dois meses estive embarcada em um navio chamado Celebrity Summit, quem me acompanha no Instagram viu todas as fotos dessa jornada pelos Estados Unidos, Canadá e Caribe. Mas ninguém sabe de fato o sufoco que eu passei em busca de uma simples água de coco. Eu disse que as coisas estavam ficando esquisitas né?

Pois bem, a vida no navio é tudo flores até o momento que você percebe que tá longe de casa e beber uma águinha de coco vira uma missão na sua vida, de tão complicado que é encontrar a bendita! Acha que eu estou exagerando? Então vem comigo que eu vou te contar como eu sobrevivi morrendo de vontade de tomar essa maravilhosidade em formato liquido!

Eu sou apaixonada por água de coco desde que eu me conheço por gente, mas nada que fosse tão expressivo à ponto de escrever um post no blog. Em Setembro eu embarquei no navio e vi que essa era uma das coisas que vendiam no bar de tripulantes, tudo bem que era de garrafinha, mas era uma delicia. Comprei essas garrafinhas umas três vezes, até que o estoque de água de coco acabou no navio todo e não seria mais reposto, isso sempre acontece quando o navio muda de itinerário e também de fornecedores. Mas isso não era pra ser um problema, eu poderia simplesmente comprar em algum mercado e trazer de volta pro navio, não é mesmo? Mero engano…

Foram quase dois meses procurando nos mercados em todos os portos que o navio parava e nada de encontrar uma água de coco que fosse igual a de verdade ou que pelo menos desse pra beber. Eu tentei de tudo, de latinha, de garrafinha de vidro, de embalagem pet, todas as opções, nada… Gente, como pode ser tão difícil assim conseguir uma coisa que é tão banal no Brasil? Inacreditável! Mas o pior ainda estava por vir, depois de tanto tempo nos EUA e Canadá, finalmente chegamos no Caribe, a esperança voltou! Era um dia lindo no porto de St. Maarten e eu vi de longe um senhor vendendo água de coco, daquelas de verdade, com o coco verdinho e tudo mais! Minha boca encheu de água, foi como um oásis. Sai do mar, corri pra pegar o dinheiro na bolsa e quando fui procurar o senhor ele já tinha desaparecido, isso já tava virando palhaçada.

Sabe quando você nem quer tanto uma coisa e só porque você não consegue tê-la, você acaba ficando maníaco? Essa era eu naquele ponto. Eu só falava de água de coco, eu sonhava com a bendita, eu até sentia o gosto dela enquanto eu tomava água normal. Será que eu estava ficando louca? Muito provavelmente, coisa de quem trabalha em navio.

Mas a cereja no topo do bolo ainda estava pra chegar, foi num dia maravilhoso em St. Kitts que eu achei em uma barraquinha uma água de coco para vender. Tudo bem que ela era de garrafinha, mas a garrafinha era linda em formato de coco. Tava um calor de 40 graus e nada na vida ia ser mais refrescante do que isso. Eu e um amigo compramos a bendita garrafinha, custou uns 5 dólares, mas o que era dinheiro perante nirvana? Força pra abrir a garrafinha, a tampa tava emperrada. Mais um pouco de força e pá, garrafinha aberta, é nisso que sai aquele barulho de quando você abre um refrigerante, barulho de gás, sabe? Isso só pode ser pegadinha. ÁGUA DE COCO COM GÁS, gente? Me diz em que mundo fui parar porque eu não to conseguindo acreditar que em um mundo normal as pessoas colocariam gás em uma coisa tão perfeita. Mas isso não era tudo, como se não bastasse essa surpresa, o líquido ainda era rosa. Vamos por partes: com gás e rosa. Foi nesse momento que eu jurei pra mim mesma que nunca mais compraria uma água de coco artificial e que a partir daquele momento eu só beberia água que saísse de um coco na minha frente.

Dois meses de sofrimento até que eu finalmente botei os pés em Mogi Mirim, cidade simpatia, finalmente sentei naquela barraquinha na Avenida Pedro Botesi e me acabei de tomar água de coco – a original!

Todo esse bla-bla-bla pra falar disso? Pois é…

A vida de navio pode deixar a gente meio tantan das ideias, mas o que eu queria mostrar aqui é o quanto a gente não dá valor nas coisas mais simples da vida. Quantas vezes você passou pela água de coco (ou qualquer outra coisa mesmo) e não parou ou pensou que voltava depois? Quando você se dá conta, essa coisinha que tava ali o tempo todo e você deixou de lado vai embora e você pode rodar o mundo procurando que não vai ser a mesma coisa. Nesse caso foi a água de coco, mas poderia ser qualquer coisa – um abraço, um pedido de desculpa, um simples “eu te amo”.

Moral da história, tome água de coco toda vez que tiver a oportunidade!

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